terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Everest (2015)

Sinopse: "No ano de 1996, dois grupos de alpinistas liderados por Rob (Jason Clarke) e Scott (Jake Gyllenhaal) se unem na tentativa de escalar o monte Everest, mas uma grande nevasca coloca a vida de todos em risco. Com a esposa grávida (Keira Knightley), Rob é menos aventureiro que Scott, se preocupando com a segurança dos membros de sua equipe. Ele lutará bastante para tentar proteger a todos.”

Direção: Baltasar Kormákur

Duração: 150min.

Mais um filme de desgraças! \o/ Dessa vez, um com final mais trágico do que os anteriores.

Everest conta a história real de dois grupos que subiram o Everest e foram surpreendidos por uma nevasca ENORME. Eu confesso que não consegui identificar tão bem os personagens, meio que só foquei no Rob mesmo, mas, basicamente, Rob e Scott trabalhavam em agências “rivais” de escalada comercial - e é explicado logo no começo que esse tipo de escalada é para qualquer um que pague, não necessariamente só alpinistas profissionais – e decidem subir juntos quando fica claro que tem gente DEMAIS na base da montanha, se programando para subir dia 10 de maio. Num momento x, aliás, um dos personagens fala que gastou 65 mil reais para a agência.

O começo é tranquilo, tem uma apresentaçãozinha dos personagens, todos baseados nas pessoas reais que estavam no grupo, e algumas explicações mais para os espectadores e menos para os alpinistas (já que a maioria é experiente mesmo) sobre como é feita a escalada e quais os efeitos disso no corpo – depois de uma altura x, o corpo começa a literalmente morrer aos poucos, e os riscos de edema pulmonar, hipotermia, entre outras, é grande. Eles começam pequenas escaladas para aclimatar e você acompanha o processo de subida – quatro acampamentos em pontos x da montanha, penhascos em fendas no gelo, avalanches em vários tamanhos. É um absurdo de perigoso mesmo.

Até a metade do filme, tudo vai correndo bem na medida do possível – digamos assim, ninguém morreu ainda -, e continua assim até a chegada ao topo. Tem toda uma comemoração, fotos, bandeiras, gritos... Aí começa a descida e a coisa vai, quase literalmente, ladeira abaixo, com atrasos e uma virada feia no tempo. Aliás, isso também é comentado – as escaladas são marcadas para algumas semanas especificas do ano, porque o tempo ali é instável, tornando a aventura ainda mais perigosa.

No geral, eu gostei do filme – e dos personagens secundários, grazadeus! -, mas ele me deixou com a dúvida que até chegam a comentar numa cena: por quê? Por que arriscar a vida assim?

Sério, a história é sinistra nesse sentido, você acompanha a saga que é chegar até o Everest (e, caso cê não saiba, o aeroporto Tenzing-Hillary Airport é o mais usado pelos alpinistas e SEMPRE aparece em listas de aeroportos/pistas mais perigosos/assustadores do mundo, aqui um vídeo da aterrisagem e decolagem lá), num avião pequeno parecendo meio velho, depois a fase de aclimatação, onde eles já passam por fendas profundas que formam abismos escuros e sinistros - inclusive, uma cena que ficou meio famosa foi de alguém usando uma escada como ponte, e aparece no filme -, para depois subir de fato, chegar numa área em que o ar é rarefeito e o melhor é usar tanque de oxigênio, para FINALMENTE alcançar o topo, se tiver sorte, ficar lá por um tempinho e descer, o tempo todo rezando para não acontecer uma avalanche ou uma tempestade. Então, por quê?

Sinceramente, o filme não dá essa resposta, mas passa bem o drama dos alpinistas nesse acidente específico, e dos familiares de dois deles – Rob, guia da expedição e aparentemente um dos alpinistas mais bem treinados dali, e Beck, que também tinha planos de escalar os Seven Summits -, enquanto os outros são beeem secundários, mas gostei de todos, simpatizei e sofri junto. E achei a história bem contada no sentido de te dar todas as explicações e não ser uma bagunça de cortes, mas não sei quão perto da realidade ela chega – tem três livros sobre esse desastre específico, um de cada ponto de vista.

No geral, até curti e até recomendo, mas tenha em mente de que a história é triste, é sobre uma tragédia, e siga a lógica Game of Thrones – não se apegue demais a nenhum personagem. Sério.

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