terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

#60 Lendo: Will & Will

Sinopse: "Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome. E, aparentemente, apenas isso os une. Mas mesmo circulando em ambientes completamente diferentes, os dois estão prestes a embarcar em um aventura de épicas proporções. O mais fabuloso musical a jamais ser apresentado nos palcos politicamente corretos do ensino médio.”

Autores: John Green e David Levithan

Will & Will foi o primeiro contato real que tive com a escrita de John Green e… É, não é para mim.

O livro conta a história dos dois Will Grayson – cada um morando num Estado, com uma vida diferente, personalidades quase opostas, e eles verdadeiramente demoram muito para ter o encontro que você lê na contracapa do livro -, cada capítulo é narrado por um deles e a grande diferenciação é que um narra com tudo em minúsculo (nomes, início de frase/parágrafo, é tudo letra minúscula) e o outro “escreve certo”. Dá para perceber, logo na primeira mudança de narrador, que cada Will foi escrito por um autor diferente, e eu sinceramente não tive problema com nada disso.

Na verdade, o primeiro capítulo do primeiro Will estava bem interessante e até me animou um pouquinho para tentar ler John Green, assim como o primeiro capítulo do segundo Will rendeu um “wtf?” meu. O primeiro parecia muito mais interessante e, num geral, legal que o segundo, e a impressão durou uns três capítulos.

Um dos Wills é hétero, tem pouquíssimos amigos na escola – ele acha que é porque escreveu para o jornal da escola defendendo o quaterback do time (o Tiny), que é gay, mas mais para frente dá para perceber que a coisa não é bem assim – e segue uma ideia de não demonstrar sentimentos ou reações. O outro é homossexual, depressivo, mau-humorado com o mundo que irrita rapidinho pela reação agressiva que ele tem para qualquer coisa, mas vai melhorando conforme o livro passa, provavelmente porque ele vai perdendo todas essas barreiras e sobra pouco para ele correr e se esconder. Meu problema começa ainda antes do meio do “X” do enredo – literalmente, os dois Wills se conhecem e seguem a vida praticamente separados, é como duas pessoas que têm seu caminho, eles se cruzam, mas seguem em direções opostas de novo -, quando um Will começa a ficar chato e o outro estático. Eu terminei o livro com preguiça extrema do Will hétero e alguma simpatia pelo Will homo.

Mas meu problema maior tem nome, sobrenome e ganhou livro solo ano passado – Tiny Cooper. Para começar, o “Will & Will – Dois Nomes, Um Destino” talvez devesse chamar “Tiny Dancer” or something. Will e Will narram, sim, mas onde Tiny não aparece em cena, é citado de alguma forma – aliás, no fim do livro restam poucas dúvidas de quem é o protagonista dessa(s) história(s) -, e sim, tem quem adore o personagem, mas eu sinceramente DETESTEI Tiny Cooper. Ele é dramático quando não precisa ser, egocêntrico, adora palpitar sobre tudo e se meter nos problemas alheios, e conforme a história avançava, menos eu o suportava.

Ele começa sendo o melhor (às vezes único) amigo do primeiro Will, e é o planeta em volta do qual orbita o pequeno Will. Quando os dois Wills se encontram, o segundo Will encontra também Tiny Cooper, claro, e Tiny passa a ser parte importante da vida desse Will também, e uma das únicas conversas que os dois Wills tem de fato é sobre o Tiny. Também no começo da história, Tiny Cooper tem uma musical sobre si mesmo escrito, e enche o saco com isso – para ele, é extremamente importante que a escola toda assista uma peça sobre sua vida ainda curta, se considerar que ele está no velho equivalente ao Ensino Médio -, mas ao longo da história ele resolve que esse musical deveria ser sobre o amor... E enche ainda mais o saco com isso.

No geral, o livro não parece sequer ir a algum lugar, termina meio no “... Tá, e daí?”. Sim, eu podia falar que a moral da história é que o importante é o amor, não a aparência, a opção sexual ou o escambal, mas, sorry, o livro não me passou lição alguma. Só dei duas estrelas porque teve um começo legal, um dos Wills tem um desenvolvimento legal e a escrita é legalzinha, mas é bem isso – mediano, pendendo pra baixo mesmo.

Não é algo que eu realmente recomende – leia por sua conta em risco -, mas, sei lá, tem quem goste do Tiny e a média das reviews no Skoob é 4 estrelas. Já para mim... Próximo livro do David Levithan, please.

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