segunda-feira, 9 de novembro de 2015

#53 Lendo: À Procura de Audrey

Sinopse: "Audrey é uma adolescente comum, igualzinha a tantas. Com 14 anos, estuda, se apaixona, entra em conflito com os pais, sonha, confia nas amigas. Até que começa a ser vítima de bullying. No início, parecia apenas uma pequena implicância, mas a provocação vai aumentando. Logo, a menina não consegue mais frequentar o colégio, nem ao menos sair de casa. O diagnóstico? Transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada e episódios depressivos. Com a ajuda da Dra. Sarah, Audrey começa um lento, mas decisivo, caminho rumo à recuperação. E quando conhece Linus, parceiro de games do irmão, ela sente uma ligação. Seu sorriso de gominho de laranja é encorajador, e eles podem conversar sobre tudo: ansiedades, sonhos, medos. Ainda que de forma não muito convencional no início. Mesmo com as ressalvas da médica, a amizade se aprofunda — em meio a visitas ao Starbucks e pequenos desafios. Em pouco tempo, evolui para um romance que vai afetar toda a família. Por fim a normalidade parece apenas a um passo de distância.”

Autora: Sophie Kinsella

À Procura de Audrey foi o primeiro livro da Sophie Kinsella que eu li, e é o primeiro dela que não é um chicklit (que foi o que realmente me chamou atenção, pra começar). E, cara, que ótima maneira de conhecer a escrita da autora!

O livro é narrado em primeiro pessoa pela Audrey, uma adolescente que, você descobre logo no começo do livro, sofreu bullying na antiga escola e está em casa esperando o ano escolar terminar e recomeçar para entrar em outra escola. Como resultado do bullying, algumas meninas foram expulsas, a Audrey desenvolveu distúrbio de ansiedade generalizada e social e passou por episódios de depressão – e não consegue falar com pessoas na rua, visitas novas em casa, ou mesmo olhar nos olhos da própria família.

A história acompanha um período em que a psicóloga/terapeuta da Audrey pede para ela fazer um vídeo do dia-a-dia, então a narração em primeira pessoa alterna com a transcrição do vídeo em questão, e é interessante ter essa visão “de fora” de vez em quando, principalmente porque ela é bem útil num trecho mais pro final, quando a Audrey não está em cena.

No geral, eu amei o livro. A Audrey te dá uma descrição geral dos acontecimentos para te localizar, mas fica claro que o foco não é o que aconteceu com ela e sim o que ela está passando naquele momento – ela nunca explica realmente como a situação chegou ao ponto de expulsão e mudança de escola. Como você acompanha boa parte da história do ponto de vista da Audrey, era bem importante que ela fosse interessante – livros com narração em primeira pessoa e uma personagem principal irritante é o que não falta hoje – e aqui é lindo como funciona. É uma protagonista com muitos problemas – alguns ela nem percebe que existem -, mas com personalidade e opiniões interessantes. Os personagens secundários também são ótimos, e todos têm um desenvolvimento ao longo do livro – alguns maiores que os outros, mas ainda uma evolução perceptível.

A narração e as descrições são incríveis – para quem já teve a experiência de um ataque de pânico/ansiedade, a descrição é perturbadoramente acertada -, não são cansativas ou monótonas, e a vontade é de continuar lendo para saber o que acontece. Apesar de ter alguns trechos meios previsíveis, eu gostei como foi tudo mais real do que eu esperava. Fica bem claro logo no começo que vai ter um romancezinho da Audrey com o Linus, mas eu gostei que não é”mágico”, ela continua com os problemas, continua tendo que fazer terapia e avançar aos poucos para superar os traumas – e é legal como até ele acha que consegue “curar” a Audrey, como ele tem aquela opinião de “é uma fase/frescura e você não supera porque não quer” antes de realmente entender a depressão e a ansiedade.

No geral, adorei, super recomendo, indico, até emprestaria se o meu não estivesse autografado - ♥ -, porque o livro é bom mesmo. Me deixou animada para ler os outros livros da Sophie Kinsella, que eu sei que são mais “leves”, de certa forma, justamente pela maneira que ela lidou com o tema e com a escrita do ponto de vista de uma adolescente – é um livro YA sem ser infantiloide como alguns YA têm se mostrado. Enfim, se ainda não leu, go, go! :D

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