quinta-feira, 15 de outubro de 2015

#50 Lendo: Tempest

Sinopse: "Em 2009, o jovem Jackson Meyer descobre que pode viajar no tempo. Durante os seus “saltos” para o passado, nada muda no presente. Isso era apenas uma diversão inofensiva, até que sua namorada Holly morre durante uma invasão à sua casa. Em pânico, ele consegue voltar dois anos, mas descobre que ficou preso no tempo. Desesperado para voltar e salvar Holly, Jackson resolve tocar sua vida em 2007 e tentar descobrir o que puder sobre suas habilidades. Não muito tempo depois, as pessoas que atiraram em Holly, membros de um grupo apelidado pela CIA de “Inimigos do Tempo”, vêm a sua procura para recrutá-lo ou matá-lo. Com tudo isso acontecendo e Jackson ainda tentando encontrar pistas sobre as origens de sua família para descobrir mais sobre suas habilidades, ele precisa decidir até onde está disposto a ir para salvar Holly e possivelmente, o mundo inteiro.”

Autora: Julie Cross

Tempest foi uma leitura complexa. O começo do livro é muito fácil de ler, tem uma narração bem feita em primeira pessoa, bom ritmo de acontecimentos, me manteve bem interessada e entretida. Até que caiu numa monotonia tensa. Depois mil coisas aconteceram, aquela enxurrada de informações novas e algumas reviravoltas. Aí volta pra monotonia. E volta pros acontecimentos em sequência. Chegou uma hora que esse ritmo doido cansou e bateu uma ressaca literária.

O livro não é, nem de longe, ruim, mas falta um ritmo mais acertado – são 368 páginas, dá para distribuir melhor as informações, ou diminuir os momentos de rotina e falta de acontecimentos.

A história é do Jackson – narrada por ele, actually -, um cara de 19 anos que nasceu em 1990 e descobriu, aos 18 anos, que conseguia viajar no tempo. E é isso, ele não sabe quando, onde ou porquê, mas ele consegue, no começo, voltar alguns minutos no tempo, mas nada do que ele faz muda alguma coisa no futuro – as pessoas com quem ele interage nunca lembram do que aconteceu, e nenhuma fratura ou ferida acompanham ele na volta para o presente. É quase como se ele fosse uma sombra. Enquanto essas viagens no tempo acontecem, o Jackson do presente fica encarando o nada, sem reação alguma, e o tempo que ele passa nesses saltos quase não é percebido no presente – ele fica minutos no passado e mal passam segundos no presente.

Ele tem um amigo-gênio, Adam, que sabe que ele consegue viajar no tempo, e uma namorada, Holly, que não faz idéia de nada disso. Aliás, no começo, Jackson nem parece levar o namoro a sério de verdade. A coisa toda muda – e a história começa de verdade – quando o dormitório dela é invadido, quando ele está com ela, por dois homens armados e um deles atira na Holly. Jackson volta no tempo sem realmente ter noção do que está fazendo, e fica preso num dia aleatório 2007, sem conseguir avançar e com a sensação de que está vivendo, de fato, em 2007, e não como uma sombra.

Boa parte do período que ele passa em 2007 é lento. São várias enrolações, vários flashbacks, vários planos mirabolantes e anotações bizarramente complexas até que a história volte a andar mais rápido, fluir mesmo. E o problema é que isso se repete. Fora as explicações, que ficam exageradas. Eu adorei a idéia de “posso voltar no tempo, não sei por qual motivo consigo fazer isso”, e a explicação de “existe esse gene Tempus que é recessivo e você carrega o gene” soou quase ridícula, me decepcionou mesmo. E algumas outras explicações dadas ao longo da história soaram tão fracas quanto essa.

No geral, sim, eu gostei do livro, mas não sei qual meu grau de curiosidade para ler o próximo – acho que é uma trilogia or something. Valeu a pena ler? Valeu, a escrita da autora é boa, o livro é, em grande parte, divertido, e eu curti os personagens secundários – embora pareça meio fechado, com o Jackson, o Adam a Holly e mais uns quatro integrantes da CIA/Tempest. Mas, sei lá, acho que a continuação entrará para a wishlist, mas bem longe das prioridades e dos livros que eu mais quero ler.

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